quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Um céu e uma Lua
domingo, 27 de novembro de 2011
Ismália do século XXI (2ª Edição)
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.”
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...”
domingo, 20 de novembro de 2011
Caro amigo....
A rosa florescendo
se lembra daquela semente,
feinha, toda marcada,
que um dia eu plantei?
Pois bem, meu leitor,
sinto uma grande felicidade, hoje,
pois senti alguma flor nascer:
pequena, da cor azul,
esta flor está se formando em mim!
Eu sei que é muito cedo ainda,
para que eu possa dizer, ao certo,
o quanto eu confio nela!
Fato é que, ao sentir o florescimento,
as pequenas pétalas me cobriram,
em grande gesto de proteção!
Eu fiz apenas minha obrigação:
cuidar do que me foi dado;
hoje, sinto os primeiros frutos nascerem…
e deixo meu coração se guiar
por essa semente da amizade.
Eu sei como lhe dói confiar,
pois eu conheço seu passado terrível;
com o tempo, e muito cuidar,
mostrar-lhe-ei meu bom ser,
dar-lhe-ei todas as provas necessárias
para que sempre confie em mim.
Eu sou um jovem jardineiros, eu sei,
mas de uma coisinha eu tenho certeza:
eu aprendi que, com sentimentos,
eu não posso lidar, que tudo tem seu tempo!
Apenas digo uma coisa, rosa:
o que estou te dando, em pouco tempo,
é a prova de que confio que, seus espinhos,
jamais ferirão meu coração.
Sei como é duro ser uma rosa, ter espinhos,
eu só quero que estes sejam saudáveis,
e que meus gestos de confiança
façam com que você se abra,
mantendo a confiança, a mim dada,
ao doar-me, um dia destes,
uma semente tão linda,
que cada dia mais vinga,
formando a amizade
que meus sentimentos apontam!
(Pier Francesco de Maria)
Ps: Este poema é um presente que recebi de um grande e novo amigo, Pier Francesco De Maria... Obrigada! *-*
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Zoomorfismo
domingo, 11 de setembro de 2011
Cansada de cansar
Eu me cansei -disse ela. Se cansou de quê? De que você se cansou, de novo?-perguntou ele, com uma ar de cansaço.Ah! me cansei de me cansar, me cansei de mim, me cansei dos vizinhos, de hipocrisia deles, da inveja dele, me cansei do Mundo, da sua maldade, da sua fome, da fome do homem, me cansei de sua falta de ideais, me cansei dessa manipulação... Me cansei desse se apaixonar por um corpo, por uma imagem, me cansei de tudo, me cansei de você... De mim? por que você se cansa de mim sempre que se cansa de algo? Por que você não me ama mais, por que eu já não sou aquela que você amou um dia... Você está louca, te amo igualmente todos os dias. Sim, acho que estou louca, e acho, que faz muito tempo, nós que não percebemos, eu que não percebi, mas fui me fechando, e agora vivo nesse escuro, nesse escuro iluminado... Eu não te entendo, eu vou te ignorar, por que amanhã você volta e depois, volta a isso, mas, eu vou fingir que você não está assim... ... ... ...
Eu vivo nesse escuro, por que eu vivo no claro, eu vejo tudo, vejo eles cochichando, olhando com desdem, fofocando, se olhando com raiva por trás e depois fingindo se amar.... sem ideologias, pessoas que nascem com caras de abortadas, que querem o que não tem... não mudam, não amam... eu vejo tudo isso... e isso me sufoca... me mata dia-a-dia. Você não me entende, nunca entendeu, nem vai entender. Você entende minha cabeça, meus lapsos de consciência, meus vazios... Sim, fui quem você amou, admirou, mais aquela lá morreu, você que não viu, nem foi ao enterro dela... dela só resta pó... E o que você quer que eu faça? o que você quer de mim, quer eu eu vá embora, é isso, pra amanhã você me procurar?... Eu quero que você se foda!! Quer saber? você não vai durar muito, louca assim, se dizendo consciente do mundo, você dura pouco, por que a dor vai te corroer, corroer, e depois, a dor será tanta, que você não vai aguentar e vai se matar! foda-se, você! Ele pegou suas coisas e nunca mais voltou. Quando o namorado saiu, se sentiu leva, depois sozinha, depois triste. Depois de algum tempo, se levantou, e saiu também.
sábado, 27 de agosto de 2011
E no fundo, sou só pó
terça-feira, 26 de julho de 2011
Uma visita ao condomínio eterno....
domingo, 17 de julho de 2011
Trechos de compatibilidade
faz de conta que ela era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos...
faz de conta que ela não estava chorando por dentro — pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado; ela saíra agora da voracidade de viver...
era bom aquele sistema que Ulisses inventara: o que não soubesse ou não pudesse dizer, escreveria e lhe daria o papel mudamente — mas dessa vez não havia sequer o que contar...
E agora chegara o momento de decidir se continuaria ou não vendo Ulisses. Em súbita revolta ela não quis aprender o que ele pacientemente parecia querer ensinar e ela mesma aprender — revoltava-se sobretudo porque aquela não era para ela época de "meditação" que de súbito parecia ridícula...
E agora chegara o momento de decidir se continuaria ou não vendo Ulisses. Em súbita revolta ela não quis aprender o que ele pacientemente parecia querer ensinar e ela mesma aprender — revoltava-se sobretudo porque aquela não era para ela época de "meditação" que de súbito parecia ridícula...
havia também algo em seus olhos pintados que dizia com melancolia: decifra-me, meu amor, ou serei obrigada a devorar...
Mais uma vez, nas suas hesitações confusas, o que a tranqüilizou foi o que tantas vezes lhe servia de sereno apoio: é que tudo o que existia, existia com uma precisão absoluta e no fundo o que ela terminasse por fazer ou não fazer não escaparia dessa precisão; aquilo que fosse do tamanho da cabeça de um alfinete, não transbordava nenhuma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete: tudo o que existia era de uma grande perfeição. Só que a maioria do que existia com tal perfeição era, tecnicamente, invisível: a verdade, clara e exata em si própria, já vinha vaga e quase insensível à mulher.
Bem, suspirou ela, se não vinha clara, pelo menos sabia que havia um sentido secreto das coisas da vida. De tal modo sabia que às vezes, embora confusa, terminava pressentindo a perfeição — de novo esses pensamentos, que de algum modo usava como lembrete (de que, por causa da perfeição que existia, ela terminaria acertando) — mais uma vez o lembrete agiu nela e com seus olhos ainda escuros agora pelo pensamento perturbado, decidiu que veria Ulisses pelo menos mais esta vez.
E não era porque ele esperava por ela, pois muitas vezes Lóri, contando com a já insultuosa paciência de Ulisses, faltava sem avisar-lhe nada: mas à idéia de que a paciência de Ulisses se esgotaria, a mão subiu-lhe à garganta tentando estancar uma angústia parecida com a que sentia quando se perguntava "quem sou eu? quem é Ulisses? quem são as pessoas?" Era como se Ulisses tivesse uma resposta para tudo isso e resolvesse não dá-la — e agora a angústia vinha porque de novo descobria que precisava de Ulisses, o que a desesperava — queria poder continuar a vê-lo, mas sem precisar tão violentamente dele.
Ps: Trechos do livro "Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres" de Clarice Listector; diz muito sobre o momento...
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Na solidão da escuridão....
Um pensamento, uma luz...
no fim, os barulhos foram só de estouros das bexigas penduradas.
Os resquícios das bexigas ficaram sob o chão. E ela vi, novamente, naquele resto de bexiga, a luz para sua consciência.
sábado, 25 de junho de 2011
Letras e números, números e letras....
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Um sufocamento no ônibus
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Mais uma fuga
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Uma mulher agitada, um homem e uma coca-cola
Bom, pra falar a verdade, ninguém poderia prever o ocorrido, mais alguma coisa estava errada naquele sábado de Maio.
sábado, 5 de março de 2011
Ismália do século XXI
Então é assim que termina uma vida? Com um corpo frio, duro e sem emoção? Onde tudo o que se viveu se acaba num instante. É assim que Deus preferiu deixar os corpos de seus filhos na terra? Foi como se eu estivesse segurando uma pedra quando juntei seu corpo ao meu naquela manhã, num instante derradeiro de loucura. Naquela manhã, quando acordei, fiquei te olhando, não quis te acordar, estava decidida, que mudaria, ia dizer que mudaria, que tentaria mudar por você, mais quando fui beijar seus olhos, não havia calor neles, nem sentido, você não estava mais lá, e sim o que Deus deixou de você pra mim... Na noite anterior, não parecia uma noite qualquer, você me abraçou e disse, eu vou estar sempre com você, eu prometo. Mais, a vida não é como planejamos, não é? Deus cria as pessoas, as projeta, manda pra Terra, e quando menos se espera, quando se está tudo bem, nos tira a pessoa amada, sem explicação nenhuma, nem pedido de desculpas, e é claro que Ele tiraria você de mim, você é um anjo, meu anjo, que tentava me manter na Terra, enquanto minha loucura me consumia. Você dizia, saia daí, não é aí que está a explicação, não há explicação para o que você procura... O que eu procuro? não sei, você nunca me disse, agora sai daí não está nos céu, na lua, ou nas estrelas... então aonde está? Foi no céu que eu a vi... bem na minha frente, numa noite comum, solitária. Por que ela não aparece de novo, nas nuvens... Porque? por que ela não aparece e me diz o porquê dela ter se mostrado, e desaparecido. Por que ela não me atende? Por quê? Se todas as noites eu acordo no meio da noite e peço para que ela apareça e me revele o sentido da minha vida, e por que ela me escolheu para essa loucura. Peço para que ela me liberte dessa loucura de ver o que as outras pessoas não vêem essa realidade, mesquinhez, crueldade e exploração com que o homem se submete e submete aos outros. Por que eu, se eu nada posso fazer, pois estou dominada pela loucura, a qual foi a única que me amparou para essa missão. Não, eu não posso dizer que ela me deixou sozinha, ela me deu o Miguel. Ainda me lembro a primeira vez que eu o vi. Ele parecia não querer a fama dos teatros e sim o bem e leveza que ele trás. Foi num teste pra uma peça minha. Ele logo me encantou, e se aproximou de mim como um imã, sem explicação nenhuma, ele se interessou pelo que eu sou e penso, pela minha loucura e estranheza. Logo, ele já morava comigo. Com muitas rejeições por parte da família dele; eu era mais velha e louca; para eles. Mais, ele foi contra tudo e a favor de mim, ele fazia bem a mim e eu a ele. Ele me equilibrava me concertava. Era o equilíbrio entre a loucura da realidade, da consciência e o ser feliz, e rejeitar tudo o que realmente acontecia. Quando eu contei a ele sobre a minha busca, ele me entendeu, não me achou louca como meus pais acharam não quis se distanciar, nem me internar num manicômio. Ele apenas disse, um dia você vai encontrar querida, um dia você vai. Ele me dizia, você tem que esquecer um pouco o mundo lá fora e sair um pouco, como antes, se lembra? Íamos ao teatro, saíamos, bebíamos, você tentava parecer normal. Às vezes sinto falta daquela época, mais, amo você da mesma forma e te respeito pela sua forma de ver o mundo, só não cale a pena ser tão radical. Você acaba assustando as pessoas, querida. Mais, as crianças gostam de mim, por que elas ainda não foram formadas e ainda possuem sensibilidade. Elas me vêem como eu sou, não como uma louca, mais é uma pena que um dia elas se tornem adultos e continuem o ciclo. Elas são tão simples e adoráveis... e brincar com elas é a única coisa que vale a pena ser feita. Principalmente aquelas abandonadas e rejeitadas, por que foram uma pedra na vida de seus pais, ou são defeituosas. É uma penas, por que essas sim, são uma salvação, mais ninguém vê. Agora, que adianta sair, me lembrar dele, se o que restou dele agora está apenas em mim. Suas manias, cigarros, telas, desenhos, suas palavras, seu calor, seu cheiro. Do quer adianta? A família dele veio aqui e levou tudo que lhe pertencia, mais não levou o mais precioso; as lembranças, os momentos, os abraços, os beijos, as noites e o amor. Ai, como me faz falta, se abraço acolhedor, seu calor, seu amor. Como eu queria tê-lo só mais uma vez perto, de mim, para tirar de mim essa angústia que me toma! Só ele a tiraria de mim agora. Eu deitaria em seu colo e choraria, deixaria tudo lá, na sua pele, para que ele organizasse e arquivasse para mim, mais ele se foi. Quem sabe se Ela pode tirar essa angústia de mim,eu não suporto mais esse sentimento que me acompanha, essa solidão, essa realidade nua e crua que Deus me mostra todos os dias quando eu olho pela janela. Quem sabe se eu me ajoelhar e rezar, ela não vem? “Ave-Maria, cheia de graça...” (apareça!) (Arranque isso de mim! Eu não quero mais!)E eu peço! Mais Ela não vem. Talvez queira que eu vá ao seu encontro, ao encontro do Miguel. Sim, é claro! Ela me tirou dele para que eu fosse ao seu encontro... Agora posso vê-la novamente. Vestida de branco, com manto azul, linda, lívida e calma, acolhedora. Do alto da janela do apartamento, eu posso vê-la, talvez se eu subir mais, eu a alcance. Ah! Isso me lembra um poema que mamãe lia para mim.
“Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.”
...[Sim, e sou Ismália.]
“No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...”
A lua de Ismália, é Maria para mim, eu a vejo no céu, e na imensidão dessa cidade solitária.
Agora, posso ser Ismália. Vejo-a agora, e sim, que posso alcançá-la.
Se eu subir, fico mais perto... mais perto; degraus; topo; posso pegar sua mão... sim, estou indo...
Mais um passo ...
Minha alma subiu ao céu, meu corpo desceu às pedras, de um estacionamento, de prédio, em São Paulo...
Agora, tenho Maria,
Agora tenho Miguel....
[Leandra Marcondes]
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Mudança
É como se tudo fosse a ultima coisa a ser feita, a ultima noite na sua cama, no seu quarto, o ultim0 beijo de boa noite dados aos seus pais, o ultimm café da manhã, o ultimo tudo...
por mais que não seja, mais é como se fosse.
É como se soubessemos ou achamssemos que iremos morrer em breve....
E nesses instantes, onde toca uma música triste, que se lembra de algo ou de alguém, que fará falta no dia-a-dia, e vem a dor, a tristeza, augústia...
Faz querer largar tudo pra ficar, mais ai passa a música e voce se lembra do real motivo pelo qual voce esta indo... a faculdade...Nesse instante se lembra de quem voce foi, quem voce é, e quem voce quer ser... quem eu fui... uma menininha de 8 anos que lia Dom Casmurro com um dicionário do lado, quem eu sou, não sei, alguém tentado se descobrir, quem serei, depende de quem eu sou...
sábado, 5 de fevereiro de 2011




Garota, Interrompida
• Direção: James Mangold • Roteiro: Susanna Kaysen (livro), James Mangold (roteiro), Lisa Loomer (roteiro), Anna Hamilton Phelan (roteiro) • Gênero: Biografia/Drama • Origem: Alemanha/Estados Unidos • Duração: 127 minutos • Tipo: Longa-metragem |


Adoráveis Mulheres
Sinopse
Durante a Guerra Civil, uma mãe com 4 filhas passa por graves problemas finaceiros, enquanto o marido está na frente de batalha. A mais intelectualizada das irmãs, que sonha ser escritora, é cortejada por um rico vizinho, mas quando este se declara ela o rejeita e vai morar em Nova York, onde se envolve com um professor. Mas quando chega a notícia de que o estado de saúde de uma de suas irmãs piorou consideravelmente, ela retorna para casa.



Sinopse
Anos 70. Mirco (Luca Capriotti) é um garoto toscano de 10 anos que é apaixonado pelo cinema. Entretanto, após um acidente, ele perde a visão. Rejeitado pela escola pública, que não o considera uma criança normal, ele é enviado a um instituto de deficientes visuais em Gênova. Lá descobre um velho gravador, com o qual passa a criar estórias sonoras.
O filme é muito bom, e impressionante...