terça-feira, 10 de julho de 2012

Uma vida [2]

...e faço os dias passarem com vontade. Toda noite espero você, ao calor da lareira, com a Peggy no colo: quando você chega, me beija docemente, prepara um pudim delicioso, e me canta músicas que nós tanto amamos.

Voltei do trabalho hoje, e te encontrei dormindo, naquele banco, hoje almofadado, com a nossa cachorrinha em teu peito! Não cozinhei, não cantei, até você acordar: me sentei ao teu lado, sussurrei no teu ouvido "as 31 rosas do jardim são suas...", bem devagar. Você acordou dizendo "e o único cravo que está aí é meu", e mais e mais cantamos juntos, até o dia virar, e virar.

Não sei que dia é hoje, quantos anos tenho, ou se ainda tenho forças para empreender um novo curso, ou uma viagem ao redor do mundo. Outrossim, sei de nada, apenas sei que nada sou, sem você, e tampouco sei se é nosso vigésimo ano de casamento, ou se sequer noivamos... Me importo com a tua presença, e o dia se perpetua, enquanto o campo de rosas (sem espinhos!) cresce forte e nos dá energias para viver.

Mas, uma coisa eu sei: que dia lindo o de ontem, quando o amor fizemos - ou melhor, criamos! - pela primeira vez. Pela primeira vez eu plantei uma rosa em teu jardim, que só eu conheço, e ela está crescendo, até que, um dia, dê origem a um pandinha, como eu e você, cheio de força e coragem, enquanto nós estaremos plantando mais uma rosa em nosso jardim, perto daquele banco, no qual sentamos a primeira vez...

(continua)

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